O discípulo da Netflix é um filme que fala um pouco do labo B dos filmes de Bollywood.
No filme, o estilo musical praticado pelos atores é o Khyal.
Eu acredito que esse é uma oportunidade de conhecer a música clássica indiana e a cultura por trás dessa prática.
Esse filme é daqueles que cada um vai escolher o seu final, cada um vai tirar a sua conclusão.
Não dá para saber o certo ou errado… nesse filme, você que vai escolher o final.
Para o discípulo da música clássica indiana, o objetivo de toda a prática dele é cantar para despertar o divino através de seu canto.
É utilizar seu canto para manifestar o divino em sua vida e para isso ele tem que renunciar o desejo pelo dinheiro, fama e poder.
Então seus praticantes não estão preocupados com a questão comercial da música e sim como um estilo de vida que vai levar eles a iluminação.
Nesse filme o diretor aborda de forma brilhante e provocativa uma questão super atual, a questão da realidade versus expectativa.
Onde estamos acostumados a ver em nossas mídias sociais somente fotos de sucesso, mas a realidade por trás de cada foto ninguém sabe!
O diretor traz a realidade do dia a dia de uma pessoa normal na Índia.
Parte do sucesso do filme é que essa realidade não tem nacionalidade, essa realidade é de todas as pessoas.
De todas as pessoas que sonham por um futuro melhor, que acordam cedo todos os dias e tem que ir trabalhar.
Só que o tempo não pára e quando a gente vê, o tempo passou e nossos sonhos não se realizaram.
Somos pegos adaptando os nossos sonhos a outras realidades.
Eu acredito que nós estamos em um momento muito forte de transformação, onde todos já entendemos o termo: expectativa e realidade.
Mas ainda estamos sofrendo muito por não conseguir entender “o que é essa tal chamada realidade”.
É um lindo filme, que em muitos momentos se torna tão devagar que até bate uma vontade de mudar de filme.
Mas isso é muito parecido com a nossa realidade, onde as coisas que se tornam muito devagar, logo se tornam medíocres, se tornam entediantes…
Entre os filmes indianos que eu assisti nas últimas épocas sem dúvida “o Discípulo” é o que trás a mais linda discussão sobre o romantismo e a realidade do Yoga.